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sábado, 25 de abril de 2015

O Aniversário da Marlene por Rogério Paulo E. Martins (#10/2015)

O aniversário da Marlene é um conto, da autoria de Rogério Paulo E. Martins, do qual será partilhado um parágrafo semanalmente (independentemente do seu comprimento). Sempre aos Sábados, pelas 21:30, não percas, um exclusivo da Pomar de Letras.


Lê os primeiros parágrafos.
VIII aqui
IX aqui


Esqueci-me de referir que eu não queria ir ao hospital, para mim era uma mera entorse que em nada urgia um hospital onde, certamente, me curariam e eu poderia ir à escola no dia seguinte – o que me lembra que não poderia ser Sexta-Feira e era, isso sim, Quinta-Feira, dia vinte de Fevereiro. A dor era enorme, mas se me impedisse de ir à escola, era suportável – … – e tratá-la estava portanto fora de assunto. Não fui à escola de qualquer modo. A gravidade da fractura levava-me a necessitar de ficar em casa imóvel para deixar secar o gesso e tinha de manter a perna levantada, pelo que só Terça-feira regressaria à escola. Dito isto, concluo agora que me enganei no ano. Não girava o ano de mil novecentos e noventa e sete, mas sim o seu predecessor. Mil novecentos e noventa e seis. Valeu-me imensas radiografias esta fractura – não direi estaladela, pois não me parece correcto – e é claro o fim-de-semana prolongado. Afinal foi bom ir ao hospital. O que me lembra que, anos mais tarde, andei com o polegar da mão direita também estalado, mas só fui ao hospital quando já a sanação da fractura ia em longo curso, pelo que de nada me valeram lá e saí “apenas” com uma receita para um spray que ia disfarçando as dores, que de resto não eram muitas, ou não teria aguentado três semanas até ir ao hospital.

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