Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII – 24 e 25 de Dezembro
Nove dias, e o sacrifício de fazer de aparador junto ao altar. As celebrações do Natal cumpridas com tremuras, e a angústia de ganhar, com o passar dos dias, a confiança do clérigo, em especial nos momentos em que recebia as instruções na casa paroquial. Quase paralisou durante as cerimónias do Natal. Pés de pedra e boca muda, Rogério parecia um boneco. De todas as vezes que foi solicitado um torpor invadiu-o, a letargia obrigava-o a respirar fundo, e, quando saía da Igreja questionava-se, porque se fora ele meter naquele buraco.
Desde a tentativa de assalto nenhuma boca se abriu, e o silêncio incomodava-o. O facto de ter extraviado a machada e ninguém a ter encontrado concentrava-o num único ponto, a sua jogada de se tornar sacristão era uma perda de tempo em absoluto; ainda que fosse somente para construir um álibi e conseguir as chaves do templo.
Foram os piores dias de toda aquela aventura, e só encontrou consolo mentindo à mulher, acentuando que realizava uma tarefa com grandes responsabilidades e que se sentia observado comiseradamente pela população. Mas foi sobretudo Edmundo, que entendia o desespero, e para o qual receitava uma dose santa de paciência, que o confortou dizendo-lhe que zelasse por arranjar as chaves da capelinha antes de 25 de Janeiro. No Porto já tinha tudo combinado com um negociante que receptaria o saque.
Sem comentários:
Enviar um comentário